"da Folha Online

O anúncio de um novo navegador de internet, a ser realizado pelo Google nesta terça-feira, acrescenta mais um capítulo à "batalha dos browsers", que já dura mais de uma década.

A popularização da web deve muito a um navegador: o Netscape Navigator. Ele tinha 83% dessa fatia de mercado em 1996, de acordo com dados da Universidade de Ilinois. O Internet Explorer, da Microsoft, abocanhava 10%. A internet contava com 36 milhões de usuários, segundo o IDC.

Usando táticas de mercado agressivas e embutindo o programa no Windows, Bill Gates virou o jogo em 1998, mas ainda dividia praticamente ao meio o mercado com o Nestcape. Se 1994 o Nestcape controlava 87% do mercado de navegadores, em 2002 o Explorer já esmagava sua concorrência e detinha, na prática, o monopólio dos navegadores. Em 2003, o Netscape viu sua parcela de mercado cair para 2,5%.

O caso levou o governo dos EUA a processar a Microsoft. A Justiça norte-americana condenou a Microsoft por concorrência desleal. O programa não podia ser desinstalado sem provocar problemas e havia dificuldades para instalar o Netscape. Por fim, a empresa de Bill Gates conseguiu fazer acordos judiciais.

Fornecer o navegador dominante significa deter a "janela" pela qual as pessoas vêem a internet. A disputa por esse mercado tem até verbete próprio na Wikipédia: "browser wars", ou guerra dos browsers. Atualmente se desenrola a segunda, menos acirrada, entre IE e Firefox. Os internautas saem ganhando, já que a batalha exige armas: aperfeiçoamentos constantes.

Cenário atual

O acesso à internet pelo navegador Firefox, atual rival do IE, cresceu 34% nos primeiros sete meses deste ano, enquanto o uso do programa da Microsoft encolheu 2,5% --ainda assim, o Internet Explorer ainda domina amplamente o mercado. O dado foi divulgado no mês passado pela consultoria Predicta, que aponta o "marketing boca-a-boca" como responsável pelo resultado.
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Após massacrar o Netscape, Internet Explorer segue vencendo o Firefox
Após massacrar o Netscape, Internet Explorer segue vencendo o Firefox

A Fundação Mozilla, que desenvolve o navegador, fez uma campanha em junho deste ano para promover o lançamento do Firefox 3.

O programa recebeu mais de 8 milhões de downloads em 24 horas, apesar dos problemas iniciais de acesso apresentados pelo sistema em razão do excesso de usuários --a Mozilla estimulava os usuários a baixarem no primeiro dia. Naquele dia, o Brasil realizou 598 mil downloads da ferramenta.

Em julho deste ano, o Firefox ficou com 8,2% dos acessos no Brasil, índice que era de 6,1% em janeiro. Já o Internet Explorer passou de 93% no primeiro mês do ano para 90,7% em julho. Outros navegadores tiveram em julho 1,03% dos acessos --nesta lista ainda estão Apple Safari e o Opera.

Com informações da Folha de S.Paulo"